segunda-feira, 11 de julho de 2016

O que se olha. De onde se olha.


O que se olha. De onde se olha. Fomos desenhar no Instituto Moreira Sales. Um lugar lindo, inspirador e tranquilo. Sugeri que desenhássemos um foodtruck de tapiocas que estava provisoriamente no jardim. Percebi que diante de tantos estímulos naturais e arquitetônicos, aquele "carrinho" parecia um bom modelo a ser observado. A tapioca com beterraba na massa e recheios criativos cativou uma meia dúzia de pessoas que estavam curtindo o solzinho na manhã fria de sexta-feira. Tudo bem, eu já fui muitas vezes nesse lugar para desenhar e para ver exposições [nessa sexta, o traço de Millôr Fernandes estava ao lado... maravilhoso, por sinal]. Mas "carrinho" de tapioca? Pois é... as vezes o lugar onde desenho parece também importante. Uma atmosfera, um determinado ponto de vista, uma sonoridade... sei lá.... isso também pode determinar um desenho. Depois fomos para o jardim interno em frente a uma fonte com uma escultura desafiadora. Nesse momento vi Joana desenhando... [Aliás, adoro observar e desenhar quem desenha, tantas expressões, preocupação, risinhos, uma conversa com consigo mesmo...]. E comecei , em pé, a desenhá-la. Na verdade, eu desenho de muitas maneiras, em pé, num banquinho, sentada no chão, sem conforto, com conforto, tomando um vinho, morrendo de sede, sem nenhum clima mágico, só num cantinho para captar um momento, um instante, um movimento, um suspiro... Enfim,  mais alguns pensamentos trazidos pelo ato de desenhar...






Instituto Moreira Sales 8 de julho de 2016 
com Joana e Cristina alunas do Curso Desenhos do Cotidiano